quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eleições Legislativas – A minha análise do resultado

As eleições legislativas do passado dia 27 tiveram um resultado já esperado, sendo que, desta feita, as sondagens não erraram por muito, recuperando alguma credibilidade após o completo falhanço na previsão dos resultados das eleições para o Parlamento Europeu.

Na minha opinião, o que mais marcou estas eleições foi a não capacidade do PSD, atualmente segunda maior força partidária em Portugal, para ganhar os votos que o PS perdeu, que foram divididos pelo CDS, BE e…abstenção.

Como também já era esperado, o PS perdeu a maioria absoluta que teve durante os últimos 4 anos, o que irá limitar significativamente a sua atuação no próximo mandato, visto que terá que encontrar soluções juntamente com algum (PSD ou CDS) ou alguns partidos da oposição.

Assim sendo, os grandes vencedores foram o CDS e o BE, visto que a CDU continuou como estava, o PS perdeu um grande número de deputados e a maioria absoluta (tão desejada por José Sócrates) e o PSD, apesar de ter ganho 1 ponto percentual em relação às últimas legislativas, foi derrotado duma forma bastante significativa e, até, frustrante, tendo em conta as enormes críticas que o governo PS tem sido alvo e a crescente (e bem visível) contestação social.

Ora, o PSD acaba de perder uma oportunidade enorme para voltar ao governo, quem sabe até com maioria absoluta…

Por fim, não posso deixar de dar os Parabéns a CDS e BE pelo grande aumento de deputados em relação às últimas legislativas, resultado da excelente campanha e da excelente capacidade de liderança e de comunicação dos seus líderes e, também, ao PS porque quem fica em primeiro é sempre vencedor…

Rui Jacinto



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

VOTAR é um Direito...e um Dever!

Antigamente, o direito a Votar não passava duma utopia, não era possível escolher qualquer representante, falava-se em falta de democracia... que realmente existia!

Depois, o Voto, apesar de ser um Direito, era limitado a mulheres, falava-se em falta de justiça...concordo!

Agora, o Voto é Universal, é um direito de todos cidadãos com mais de 18 anos e sem deficiências que o impeçam...é justo!

Supostamente, e pela lógica, TODOS deveriam exercer o seu direito de voto, o que quase aconteceu nas primeiras eleições após o 25 de Abril ("apenas" cerca de 8% de abstenção, o que já era muito para um povo que exigia a liberdade e o direito de escolha)...

Hoje em dia, a abstenção varia entre 50 e 60%, o que é trágico (e triste)...
E o que significa isto?? Significa que os nossos líderes são decididos por menos de metade dos eleitores, ou seja, o Partido vencedor é a Abstenção!!

Ora, eu até compreendo que a conduta dos partidos políticos não seja a melhor, que a população esteja saturada de falsas promessas, de suspeitas... Mas, TODOS têm o Direito de se envolver na actividade política, de expressar as suas ideias, de apresentar candidaturas...

Portanto, meus caros, vamos aproveitar o que os nossos antepassados tanto desejaram, tanto batalharam para que nós pudéssemos ter a liberdade para escolher os nossos lideres, para podermos ser os lideres... vamos VOTAR TODOS nos próximos dias 27 de Setembro e 11 de Outubro, independentemente do partido.

Se não acharem que há um melhor, votem no que acham menos mau MAS, por mim, por ti, por todos... VOTEM, o futuro do PAÍS está nas nossas mãos!


Rui Jacinto

Bússola Eleitoral

Caros Amigos,

A escassos dias da eleição mais importante dos últimos tempos, aconselho todos (indecisos e não indecisos) a fazerem um teste em
http://www.bussolaeleitoral.pt/.

Para além de interessante, as perguntas estão bem conseguidas e orientam o eleitor para o partido político com que mais se identifica.


Rui Jacinto

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Gripe A - A (perigosa) Força da Comunicação Social

Há uns meses, quando a crise económica mundial atingiu o seu auge, o Mundo foi informado duma nova doença, um novo tipo de Gripe, que terá atingido uma mutação tal que passou dos suínos para os Humanos.

Pouco tempo depois da deteçao de alguns casos, a Organização Mundial de Saúde declarou que poderiamos estar perante uma pandemia, deixando em alerta o povo.
Ora, algum tempo depois observamos que este novo Virus de Gripe tem uma taxa de mortalidade inferior à da gripe normal, demorando, em média, 3 a 4 dias a ser curado.

Contudo, o alerta continua, a Comunicação Social entretém-se a relatar diariamente o n.º de novos casos em Portugal, omitindo a percentagem dos "antigos" casos que já foram totalmente ultrapassados.
Com esta atitude, a Comunicação Social tem alarmado a população (sobretudo a menos culta e mais sensacionalista...), criando um clima de discriminação ridícula nalgumas zonas (chegando-se ao ponto de pessoas que já tiveram o Virus não quererem aparecer na televisão...)!

É óbvio que se deve tomar precauções, de modo a detetar rapidamente o virus e evitar a propagação do mesmo que, em último caso, poderá levar a uma paralisação parcial da população, o que pode acarretar custos enormes para o país, nomeadamente económicos, pois levará ao fecho de empresas, escolas, etc...

MAS, a obrigação da Comunicação Social não é só avisar, mas também manter a calma entre a população, não omitindo factos importantes e positivos, como o n.º de casos resolvidos e a (pequena) taxa de mortalidade.

Noutro âmbito, o Governo deve, rapidamente, arranjar soluções para evitar o caos em que se poderão tornar os Hospitais Públicos quando chegar Setembro, Outubro, altura em que a Gripe (a normal...) é frequente.
É essencial continuar a dar prioridade a doenças e situações realmente graves e procurar formas confiáveis para que a medicação do Virus da Gripe possa ser receitada por telefone, evitando (ou reduzindo...) o "tal" caos...

Concluindo, e porque acho preocupante a influência que a Comunicação Social exerce sobre a população portuguesa, aconselho todos a procurarem informar-se acerca dos verdadeiros factos da Gripe A, difundindo essas informações.


Rui Jacinto

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Futebol - Qual Crise?

Caros Leitores,

Após alguns meses de "stand-by" do blog, regresso hoje com um tema que tinha prometido falar, mas que acabei por ainda não o fazer - o futebol, o desporto rei; o desporto que move multidões, paixões, que anima o mais desanimado dos seres humanos; que faz esquecer, por momentos, os problemas do dia-a-dia e que, por estas razões, é um dos grandes negócios dos novos tempos.

Assistimos, esta semana, a um espectáculo grandioso no mítico Estádio Santiago Barnabéu, no qual 85 mil pessoas no local (e, porventura, mais uns milhões fora dele) elevaram quase ao estatuto de Deus um português, um "mero" ser humano de 23 anos, cujos seus serviços custaram a pequena quantia de 94 (!!) milhões de euros - Cristiano Ronaldo de seu nome.

Tenho ouvido e lido ao longo do último mês que a quantia envolvida é "ridícula", "lamentável", "uma afronta à pobreza"...

É verdade que vivemos numa profunda crise sem fim à vista, é verdade que as dificuldades em ir sobrevivendo aumentam perigosamente, é verdade sim!

Mas, meus caros, também é verdade que, numa altura de crise, o Bom Investimento é necessário, o investimento cujas expectativas de retorno são reais.
É é isso que acontece no futebol, é isso que acontece no negócio galáctico "Cristiano Ronaldo". O investimento foi, sem dúvida, enorme mas o retorno esperado é, também sem dúvida, ainda maior.
Para além do retorno desportivo que CR9 pode ajudar o Real Madrid a alcançar, o retorno financeiro (equipamento desportivo, publicidade...) é praticamente adquirido.

Um exemplo comprovado deste sucesso foi a transferência de David Beckham para o LA Galaxy, dos EUA, numa zona do globo em que o futebol até nem é o desporto favorito dos habitantes...

Noutra perspectiva, a transferência de CR9 tem (e não escrevo "deve" mas sim "tem") de orgulhar todo e qualquer português.
Uma coisa é não gostar da personalidade, maneira de ser, atitudes do homem Cristiano Ronaldo (grupo no qual me incluo!), outra (errada, na minha modesta opinião) é desprezar a sua qualidade desportiva e o saudável mediatismo que o seu percurso tem dado ao nosso pequeno país, ao nosso Portugal.


Espero as vossas opiniões,

Rui Jacinto

domingo, 29 de março de 2009

Juventude Portuguesa

Caros Amigos,

Para relembrar o Dia Nacional da Juventude (dia 28 de Março), resolvi escrever um pouco sobre nós: os jovens portugueses.

Vou procurar focar-me sobretudo na integração dos jovens na atual conjuntura económica em Portugal.

Como todos sabemos, vivemos num ambiente de profunda crise económica a nível mundial, nunca antes verificada que, aliada à irresponsabilidade de alguns governantes, coloca o futuro das novas gerações em risco…
Ora, vivemos num país em que o número de jovens licenciados sem emprego aumenta exponencialmente dia após dia, semana após semana…
Cada vez mais, o investimento feito num curso superior corre o risco de não ser recuperado, isto é, cada vez menos garante um emprego no futuro, e já não falo aqui de “bons” empregos, mas apenas de ter uma oportunidade de mostrar as suas capacidades.

Na minha opinião, a primeira coisa a fazer é mudar as mentalidades da população, mudar a ideia de que todo e qualquer jovem deve frequentar um curso superior.

Para que isto aconteça, é essencial tentar alterar duas questões, uma da responsabilidade directa dos governantes e a outra dos próprios jovens.

Por um lado, o Estado deve ponderar seriamente reduzir de forma considerável o número de cursos e vagas anuais no ensino superior (uma razoável parte dos cursos têm pouca ou nenhuma utilidade prática…), contrabalançando esta redução com o aumento da oferta de cursos profissionais direccionados para profissões que são cada vez mais raras mas, ao mesmo tempo, são extremamente importantes para um harmonioso funcionamento duma sociedade, como são os casos de cozinheiro, electricista, mecânico, pedreiro, entre muitas outras…

Por outro lado, é essencial que os próprios jovens tenham uma mente mais aberta e menos preconceituosa, “aceitando” desenvolver os seus “skills” em áreas desta natureza (“menos reconhecidas” – diz o povo), caso não se adaptem a áreas mais intelectuais, que impliquem a frequência dum curso superior.

É importante, meus caros, que se mentalizem que estamos num mundo extremamente competitivo em que a adaptação a novas circunstâncias e a capacidade de realizar várias funções são cada vez mais importantes e valorizadas pelo mercado de trabalho.

Em suma, estamos num período de extremo pessimismo e desconfiança geral que pode colocar em risco a sustentabilidade da NOSSA geração, que pode limitar seriamente as nossas actividades, as nossas oportunidades, o nosso bem-estar!

É essencial lutar pelos nossos direitos, expor as nossas ideias e, acima de tudo, compreender as
dificuldades do mundo em que vivemos…

E vocês, o que acham do nosso futuro? Como pensam reagir às dificuldades??


Até breve,

Rui Jacinto

domingo, 22 de março de 2009

Casamento Homossexual

Muito Boas Tardes,

Num altura em que está disponível no blog uma sondagem sobre o "nivel de concordância" com as questões homossexuais, vou expressar a minha opinião sobre este complexo e controverso tema.

Antes de mais, é importante explicar a expressão "nivel de concordância". Ora, na minha opinião, parece-me que se devem levantar várias questões sobre este tema, não se podendo resumir ao simples concordar ou não com a homossexualidade.

Primeira Questão: O que acha (a nivel natural) da homossexualidade? Deve ser respeitada?
Deve! Num Estado de Direito, não pode haver qualquer tipo de discriminação!! Ninguém deve ser discriminado apenas porque tem preferências sexuais diferentes! Contudo, a homossexualidade é contra-natura (isto é, não há reprodução e continuação da espécie humana entre casais homossexuais). Logo, quem o é deve respeitar quem não é, ou seja, deve compreender essa "diferença" e não procurar violar susceptibilidades, pois "a liberdade dum acaba quando começa a do outro".

Segunda Questão: Concorda com o casamento homossexual?
Depende! Concordo apenas se, e só se, fosse rectificada a lei que permite a adopção de crianças por parte de casais, pois a falta de especificação sobre a sexualidade daria automaticamente os mesmos direitos sobre a adopção de crianças e, nesse aspecto, discordo claramente. Se realmente existisse esse "cuidado", concordo com o casamento pois acho que os homssexuais devem poder usufruir dos direitos e deveres LEGAIS de serem casados, se assim o entenderem.

Terceira Questão: Concorda com a adopção de crianças por homossexuais?
Não, de todo!! Esta parece-me a questão mais fácil de justificar até porque, até hoje, apesar de respeitar opiniões contrárias, não acho que nenhum dos argumentos do "sim" seja suficientemente forte...
Ora, quais os argumentos mais usuais do "sim"?
1) "Sendo possível a adopção, à luz do Direito, por uma pessoa sozinha, é possível que essa pessoa seja homossexual e, até, viva com um parceiro do mesmo sexo":
Primeiro, é uma interpretação falseada da lei e realmente não é possível saber a sexualidade das pessoas (acredita-se nos factos...). Segundo, lá por já existirem alguns casos resultantes dessa interpretação da lei, não é razão para ser liberada pois, caso contrário, tudo o que já existe ilegal e não se consegue controlar legaliza-se, "instaurando-se" uma anarquia!!!
2) "É preferível as crianças viverem com pais homossexuais do que num orfanato, pois são mais amadas":
É?? Até que ponto? Até que ponto é que o "trauma" com que uma criança pode ficar sendo "diferente" dos colegas de escola, dos colegas de futebol (não nos podemos esquecer da "maldade" das crianças...) não será maior do que o "trauma" de viver numa instituição de acolhimento, desde que tenha as minímas condições para uma boa infância?? Até que ponto é que o facto duma criança ter dois "pais do mesmo sexo" não influenciará a sua sexualidade?? Até que ponto é que não será trágico para a sustentabilidade da espécie humana haver cada vez mais casais com impossibilidade de assegurar a reprodução?? Começar-se-à, no longo prazo, a caminhar para uma geração de humanos em que a maioria foi feito por máquinas (inseminação artificial) ?? Até que ponto não será mais proveitoso melhorar as condições dos orfanatos e, mais importante ainda, facilitar a adopção por casair heterossexuais, diminuindo as questões burocráticas?? Aliás, com a liberalização do aborto a tendência lógica é a diminuição das crianças abandonadas...

Para além disto, parece-me que uma razoável parte da população homossexual tem um comportamento demasiado radical, querendo implantar à força as suas ideias, não respeitando as questões éticas e morais que envolve este tema.

Em suma, não concordo com a discriminação mas não acho que tenha que ser imposta à sociedade uma liberdade total para aceitar os mesmos comportamentos de homossexuais do que os heterossexuais. Noutra perspectiva, concordo com o casamento desde que os direitos legais não impliquem a liberdade de adopção, algo que discordo profundamente.

Espero pelos vossas opiniões, as quais irei, como sempre, respeitar, mesmo que divirjam totalmente da minha.


Um bem haja,

Rui Jacinto

quinta-feira, 19 de março de 2009

"Façamos de Conta"

Caros amigos,

A principal razão para a formação deste blog foi manifestar a minha opinião e promover a vossa.
Contudo, vou abrir uma excepção para publicar excertos dum documento do jornalista Mário Crespo que, na minha opinião, define a realidade do país...da nossa democracia:

"Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport.
Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal.
Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões
Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
(...)
Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu.
Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média.
Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação.
Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo.
Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva".
Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport.
(...)
Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República.
Façamos de conta que não há SIS.
Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos.Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas.

Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja.Votemos por unanimidade porque de facto não interessa.
A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos"

Eu não quero "fazer de conta"... e vocês??


Um bem haja,

Rui Jacinto



terça-feira, 3 de março de 2009

Análise da Conjuntura Económica Portuguesa

Caros Amigos,

Numa altura em que atravessamos uma grave crise económica, acho interessante divulgar a Análise da Conjuntura Económica Portuguesa que efectuei com base em estatísticas do INE (Instituto Nacional de Estatística), BCE (Banco Central Europeu) e Banco de Portugal.

Em meados de 2008, a falência da Lehman Brothers acelerou o que era espectável: o deflagrar duma das maiores crises económicas mundiais de sempre, sendo inevitáveis as consequências negativas para Portugal. O elevado endividamento, tanto das famílias como das empresas e instituições bancárias, originou enormes dificuldades no pagamento desses mesmos créditos, o que “saturou” o mercado financeiro, tendo gerado situações de falência e quase falência de alguns Bancos. Algumas destas têm sido evitadas pela intervenção dos Governos nacionais, como foram os casos portugueses do BPN e BPP.

Passando, agora, a uma análise mais específica, verificamos que o PIB português decresceu consecutivamente nos trimestres de 2008, prevendo-se que em 2009 tenha um crescimento negativo (de 3.0 em 2006 passa para -0.8 em 2009). Numa óptica da despesa, esta evolução claramente negativa a muito se deve à diminuição do consumo privado e das exportações. No primeiro grupo há que destacar a diminuição do turismo nacional e internacional, reflectida na diminuição do número de dormidas em estabelecimentos hoteleiros nacionais (de 2007 para 2008 variou -1%, o que contrasta com a variação positiva de 5.8% de 2006 para 2007). Neste ponto, é curioso verificar que a variação do n.º de automóveis ligeiros de passageiros vendidos aumentou de 2007 para 2008, em contraposto com a transacção de automóveis ligeiros comerciais, que diminuiu 19% em 2008.

A diminuição generalizada do consumo levou, obviamente, à contracção da oferta, sendo de destacar a evolução negativa da produção de automóveis (-2%) e a diminuição da venda de cimento em 6.6%, o que reflecte a diminuição da construção de imóveis.

Outro dos indicadores extremamente relevantes na estabilidade da economia dum país é a inflação, que se mede pela evolução do IPC. Desde Junho de 2008, verificou-se uma descida acentuada da taxa de inflação homóloga, que em Dezembro do mesmo ano foi de apenas 0.8 pontos percentuais. É interessante verificar que os produtos que mais aumentaram o preço foram as bebidas alcoólicas e o tabaco, sendo os produtos de saúde e os transportes aqueles que menos aumento de preço sofreram em relação a 2007.

No que respeita ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego de 2007 para 2008 diminuiu, tendo em contas apenas uma comparação até ao 3º trimestre, mas verificou-se uma subida do 2º para o 3º trimestre de 2008 de 0.4%, pressupondo-se que possa ter voltado a aumentar no último trimestre. Apesar desta tendência, é curioso verificar que a oferta de trabalho para indivíduos inscritos no Centro de Emprego aumentou de 2007 para 2008.

Numa última análise, parece-me interessante e importante analisar o comportamento da Euribor. Ora, no 1º trimestre de 2008 a taxa de juro referência para as instituições bancárias da UE aumentou, chegando aos 5.38% (a 6 meses, mais usual em Portugal). Contudo, o agravar da crise levou o BCE a diminuir esta taxa, fixando-se nos 2.97% em Dezembro de 2008, um mínimo absoluto há muito não verificado.

Em suma, a crise económica que assola quase todo o Mundo contribuiu para que a situação económica de Portugal se tornasse bastante delicada em finais de 2008, culminando com a expectativa de crescimento do PIB negativo em 2009. O BCE, de modo a fomentar o consumo e o investimento, tem vindo a diminuir a Euribor, o que, em princípio, levará ao aumento da taxa de inflação e, consequentemente, redução do desemprego, um dos grandes problemas dos dias de hoje.


Saudações Económicas,

Rui Jacinto

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Atribuição de Portáteis vs Frequência Universitária

Caros amigos,

Vou abordar um tema que há algum tempo gerou demasiada polémica, mas que, na minha opinião, a maioria dos debates fugiu do essencial.

Todos nos lembramos das piadas de humoristas (e outros) sobre o "Magalhães", um "computador totalmente português" - diz Sócrates. Muito foi discutido sobre a sua verdadeira origem (se é mesmo uma "invenção" portuguesa - pelos vistos não), a suposta manipulação da comunicação social (dando demasiada importância ao tema e não pesquisando sobre a veracidade da informação dada pelo nosso Primeiro Ministro).

Contudo, penso que o essencial acabou por ser diluído. Ora, o essencial para mim é saber se fará sentido "investir" em todas as crianças (desde o 7º ao 12º Ano) e adultos que frequentam as "Novas Oportunidades", dispendendo o Estado milhões de Euros por cada ano lectivo quando, no mesmo país, a frequência do ensino universitário está cada vez mais dispendiosa...

É óbvio que os jovens são o futuro; é óbvio que investir nos jovens é preparar bem o futuro! MAS, serão todos os jovens merecedores deste investimento? MAS, Será que o facto de terem um computador (e portátil) em casa é essencial para o seu desenvolvimento? Não seria menos dispendioso equipar as escolas com equipamento informático adequado, possibilitando o acesso a TODOS mas, ao mesmo tempo, incutir alguma responsabilidade nos jovens, conseguindo distinguir aqueles que usam o computador para aprender ou simplesmente para brincar?

É justo (e coerente) facultar estes portáteis aos jovens e depois cobrar propinas altíssimas na faculdade (àqueles que mais querem aprender, que mais querem desenvolver os seus conhecimentos)? Não me parece, de todo!

Há que se ser coerente: proporcionar melhores condições aos jovens sim, mas até ao fim (universidade) e não apenas até ao 12º Ano pois, como todos sabemos, na Aldeia Global em que vivemos o 12º Ano é cada vez mais insuficiente...

Tenho consciência que a minha opinião é polémica e não é generalizada...ou será??

Têm a palavra...


Um bem haja,

Rui Jacinto

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Guantánamo

Boa Tarde,

Recentemente, temos ouvido falar com alguma insistência sobre a prisão de Guantánamo, uma prisão norte-americana sediada em Cuba, criada por George W. Bush para castigar "alguns dos mais perigosos" indivíduos de todo o Mundo, especialmente terroristas, onde é, inclusivé, permitida a tortura como tentativa de forçar os reféns a transmitirem informações sobre perigosas redes terroristas internacionais.
Barack Obama, recém eleito Presidente dos EUA, decidiu, como primeira grande medida "liberal" (ou democrática se quiserem...), encerrar este estabelecimento.
A grande questão é: o que fazer aos prisioneiros??
- Serem transferidos para os EUA? Parece que "não dá jeito..."
- Voltarem para os seus países de origem (Iémen, Líbia...) para lá serem julgados? Provavelmente uns dias depois já estariam a planear novos ataques...
- Serem divididos por diversos países mundiais que se oferecessem para os acolher? A hipótese mais forte...
Após esta proposta dos norte-americanos, várias potências mundiais fecharam, imediatamente, as suas portas, como a Austrália e a maioria dos países europeus. A maioria porque o nosso Portugal (juntamente com a Suiça), através do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, resolveu "abrir as portas" a 6 prisioneiros....
Ora, não sendo o nosso país um exemplo de Segurança e de Justiça, seria correcto (e seguro) acolher 6 dos mais perigosos terroristas internacionais?? Não me parece, de todo!
Já para não falar que estes indivíduos passariam da tortura (realmente é um exagero torturar terroristas, que apenas destroem as "Twin Towers" e rebentam estações de metro em Madrid e Londres...) para hotéis (as nossas honradas prisões...).

É verdade que todos merecem uma 2ª oportunidade para se redimir; mas, será menos verdade que os terroristas não mudam, não se redimem? Pensem nisto...

Para mais informações, sugiro: http://ww1.rtp.pt/noticias/?article=384059&visual=26&tema=4


Saudações,

Rui Jacinto

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Mundial 2018 não é prioridade"

Boa tarde,

Como sabemos, Portugal e Espanha decidiram avançar com uma candidatura ibérica ao Mundial 2018, o que me deixa extremamente contente por duas razões: em primeiro lugar porque seria bonito voltar a viver o ambiente único do Euro 2004 e em segundo por perceber que é possível uma união da península ibérica, ultrapassando rivalidades que costumam existir entre os "países irmãos".

Contudo, poucos dias (ou horas?) passados, o nosso Ministro das Finanças apressou-se a dizer que "o Mundial não é uma prioridade". Ok, concordo que não é uma prioridade em tempo de crise. Mas isto vindo de quem apoia incondicionalmente a construção dum novo aeroporto E do TGV neste mesmo tempo de crise não me parece muito coerente...

Ora, passemos a analisar os factos: tanto o TGV como o novo aeroporto já foram sujeitos a pormenorizadas avaliações custo-benefício e os resultados são, no mínimo, duvidosos, o que põe em causa a sua viabilidade a médio-longo prazo; já o Mundial 2018 seria, muito provavelmente, um projecto com retorno pois as principais construções (estádios, acessos...) já estão feitas, sendo "apenas", e porventura, necessários, na altura, alguns retoques, até porque pelas regras da FIFA apenas poderiam ser utilizados 3 estádios portugueses.

Realço, também, que não sou contra as obras públicas, até porque o Investimento Público é essencial para o crescimento da economia, concordando, até, com a possível construção do novo aeroporto OU do TGV (os dois acho exagero...), mas não consigo compreender estas apressadas declarações, que desmotivam os mentores da candidatura ibérica ao Mundial, sendo que o Governo Português não parece apoiá-la...

Se, por acaso, fossem realizados estudos que previssem que o Mundial 2018 não seria um bom projecto para Portugal até aceitaria estas críticas mas assim....

Até porque a população portuguesa adora futebol, adora a nossa selecção, abstraindo-se, inclusivé, dos seus problemas durante as grandes competições, tal como aconteceu no Euro 2004, Mundial 2006 e, mais recentemente, no Euro 2008...



Um Abraço,

Rui Jacinto




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Acordo Ortográfico

Caros,

Escolhi o Acordo Ortográfico para primeiro tema do blog pois penso que a maioria da população portuguesa não está familiarizada com as verdadeiras alterações que este acordo irá provocar na nossa língua...

Há uns tempos, eu próprio dizia que não concordava, enganado pelos falsos e-mails que recebia a "informar" que o nosso modo de falar iria ser alterado, que, por exemplo, "facto" passaria a ser escrito "fato", etc etc... Ora, uma rápida pesquisa sobre as verdadeiras consequências deste acordo na forma de falar dos portugueses levou-me a concluir que estas seriam nulas, ou seja, não a irá influenciar. O acordo alterará apenas a forma de escrever, sendo que passaremos a escrever as palavras tal e qual como são proferidas, sendo o caso de "acção", que passará a ser escrita "ação"...

A língua portuguesa é uma das mais faladas no Mundo. Porquê então de ser tão pouco utilizada nas relações internacionais atrás do inglês, francês e, até, do espanhol?? Porque é bastante complicada... Assim, torna-se importante facilitá-la, eliminar pormenores pouco relevantes, como acentos ou hífens desnecessários, é importante escrever como se fala...

As alterações ortográficas acontecem desde sempre, a diferença é que desta vez são muitas duma só vez, o que complica a aceitação das mesmas...

Para quem ainda não sabe todas as alterações sugiro que consulte: http://orto.no.sapo.pt/c00.htm


Um abraço,

Rui Jacinto

Saber Falar, Sabendo Ouvir

Caros amigos,


É com muito gosto que vos apresento o nosso novo espaço online. E digo NOSSO porque não é um espaço só para mim, é um espaço onde todos poderemos emitir a opinião sobre questões (não só problemas...) da nossa sociedade, de interesse geral.

Um dos princípios fundamentais da democracia é a liberdade de expressão, que deve ser encarada por todos não só como um direito, mas também como um dever.

É essencial emitir opiniões, mas também aceitar críticas, opiniões divergentes... e é aqui que entra a decisão de escolha do título do blog: "Saber Falar, Sabendo Ouvir"...

Procurarei eleger os temas mais importantes de cada semana, divulgando a minha opinião sobre o mesmo e esperando os vossos comentários críticos.

Como a maioria de vós sabe, sou militante do PSD, mas não quero fazer deste espaço mais um de críticas ao Governo, apenas quero promover opiniões sobre os temas mais interessantes (políticos, desportivos, económicos...), esclarecer e, acima de tudo, falar verdade...

Espero que disfrutem deste espaço e que aproveitem para "saber falar, sabendo ouvir"!




Um bem haja,

Rui Jacinto